sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Liberdade e Escolhas...

O texto que apresento, foi escrito em novembro de 2009. Nesse tempo eu pensava sobre o sentido de ser livre; sobre o significado de viver livre. É um texto que está em conexão com o texto publicado na madrugada de sexta-feira: Incerto vôo desprendido. Um pensar a vida que abre a madrugada do sábado que vem chegando. 

Tenho pensando na liberdade.
Pensado sobre o que é ser livre.
Pensado sobre saber fazer escolhas.
Sobre viver.

Penso essas coisas porque não tenho me sentido livre.
Porque a liberdade é muito mais do que as minhas escolhas.
Porque a liberdade é muito mais do que meus projetos.

A liberdade pode ser um caminhar na areia do mar.
Um andar pelas ruas.
Um sorriso desprendido.
Um olhar.

Sentir-se livre não é o mesmo que ser livre.
Querer viver livre não é o mesmo que viver a liberdade.
Eu quero, mas não vivo.
Eu vivo, mas não sou livre.

Sou prisioneiro de mim.
Prisioneiro das minhas escolhas.
Prisioneiro do que pensava ser minha liberdade.
Sou prisioneiro do que imaginava me dar vida e liberdade.

Mas não posso ser livre se não me arrisco.
Não posso ser livre se não me permito errar.
Se não me permito viver o incerto.
Se não procuro descobrir o que é ser livre.

Queria que a liberdade fosse uma cor.
Um sabor.
Um desejo.
Uma música.
Uma bebida.

A liberdade pode ser mais.
Pode ser um grito.
Um toque.
Um gesto.

A liberdade não está fora do que sou.
Não mora longe de mim.
Não se esconde.
Não se refugia.
Não se disfarça.
Não se nega.

A liberdade se mostra viva na vida que a deseja.
Se presentifica no ser em si e para si.
A liberdade se espraia.

Busco a liberdade desprendida.
A liberdade corporificada.
Utópica.
Eufórica.
Translúcida.

Se escolho ser livre.
Se escolho viver a liberdade.
Escolho ser eu mesmo.
Escolho o meu espaço.
Escolho a minha forma.
Escolho a minha dança.
Escolho o meu traje.
Escolho as minhas escolhas.

A liberdade é uma chama.
O inimaginado.
Impensado.
Inesperado.

A liberdade é um acontecimento.
Um abraço.
Um afago.
Um diálogo.

É o caos
A ordem e a desordem.
É futuro e presente.
O ontem e o agora.
O antes e o depois.
O pouco e o muito.
O claro e o escuro.

A liberdade é um banho de chuva.
Um vôo noturno.
O sim e o não
O negativo e o positivo
O maior e o menor
O esquerdo e o direito
O verso e o reverso

A liberdade não cabe no papel.
Não cabe na mala.
Não cabe no bolso.
Não cabe na gaveta.
Não se coloca na balança.
Na se contabiliza.

Ela é espaçosa.
É o cosmo.
É uma pulsão.
É um arco-íris.
Um redemoinho.
Um espiral.

A liberdade é o infinito que grita dentro de mim.
É demência, ludicidade e prosa.
A liberdade é o que eu fizer de mim.

NOGUEIRA, Valdir. 

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