quinta-feira, 7 de junho de 2012

DEVANEIOS DE OUTRORA



Então... Eu disse que tudo poderia ser e se não fosse... Ah! Se não fosse, faríamos ser... Não entendi. Não consegui mergulhar nas sombras do teu pensamento, não pude me aproximar das divagações do teu inconsciente. Sim aquelas divagações que entorpeceram a tua mais insana consciência em estado inexprimível. Foi tudo e nada. O que ficou? O que poderia ter-se revelado não se revelou. O que poderia tornar-se realidade, realidade já era. Mas o que estava sendo era irreal. Você não me entendeu. Nem eu quis entender. Para que entender?! Medos tolos. Vida afoita. Você sabia dos mistérios. Eu sabia das místicas. Não poderíamos estar num universo paralelo. Estávamos no tempo incomum do que nos acontecia. Risadas dos teus estranhos desejos. Caras estupefatas dos meus distantes e próximos sonhos que nos estremeciam. Os elos das tuas dúvidas se entreteciam nas redes das minhas incertezas. Nada contendo tudo e tudo contendo nada. O caos. Nossas energias deram configuração aquela silhueta não alcançada. Eu sei que era teu querer o meu não-querer. Entorpecidos. Calor dos nossos quereres que se misturavam como se misturam céu e mel, cor e flor, tinta e tecido... Eu já não sabia, nem tu poderias saber. Era àquela hora? Foi aquele dia. Nossos tempos. E tudo passou... A travessia é sempre preciso. O rompimento nos afeta e nos constitui. Estamos em ser fazendo-se saber que somos a metáfora incompreendida de nós mesmos. Aquele abismo não nos pertencia, nem a longínqua espera. Éramos. Não. Somos! Esse barco e esse rio que se completam e se interconectam para além de nós mesmos. O suspenso não precisa do pêndulo. A coluna precisa do suspendido. E eu não te diria outras coisas se tu não tivesses me dito as tuas coisas. Nos dizemos e nos fazemos. Vamos remar. Logo chega o outro tempo de sermos novamente e novamente...

E o pensador, livre voltou. Minha homenagem a ele. Somos!

DbNog.

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