sábado, 7 de julho de 2012

Referendado


Sacrifício referendado. Cela escura. Prisão gélida. Abismo inexpressivo. Vida esguia. Não há apelo. Não há calor. Falésia condensada. Atmosfera deprimente. Para onde correr? Como sair dos fulcros que se formam? Como superar as epidemias que se agrupam? O ócio virou vicio. Escravizado espírito que grita inaudível som. Danosa maquinaria. Arde a face queimada na cortante ventania. Espasmos melancólicos e delirantes transitam em preto e branco. Fúria e inoperância guerreiam. Estado deplorável do viver. Pensa os teus medos. Encerra os teus dias. Conta os teus sussurros. Desvia as tuas sangrentas ideias. Mármore inóspito. Na quadratura disfarçada com linhas torpes, jazem o carcereiro e o anfitrião. Nem Sol, nem Lua, nem Luz. Passadiço fétido cujo produto é a esquizofrenia. Ilha arquitetada na tortura. Tolices que se despem diante de olhos mecânicos. Gravidade do volátil tempo e da efêmera vida. Sobra das sobras. Resto insuportável. Já foi o brilho. Já passou a euforia. Espera doentia. Invisíveis não se disfarçam. Esconderijos não-eternos. Covil. Ante-sala orgástica. Lamentos no vácuo. Lágrima petrificada. Voz anulada em si mesma. Engrandece tuas transmutações. Vê de longe. Escada inferior. Montanha enfurecida. Nobre poder. Saúda tuas singulares fortificações. Espírito livre. Fogo ardente. Átomo insuperável. Risca as paredes. Pinta os pilares. Rasga a tinta pueril. Escreve na grade. Rompe de dentro os teus ideais. Presídio externo. Fortifica tuas vísceras. Enaltece as tuas aptidões. Experimenta o remoio. Risca o chão. Desestabiliza as ordens. Corporifica. Desautoriza.  

DbNog. 

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