Sacrifício
referendado. Cela escura. Prisão gélida. Abismo inexpressivo. Vida esguia. Não há
apelo. Não há calor. Falésia condensada. Atmosfera deprimente. Para onde
correr? Como sair dos fulcros que se formam? Como superar as epidemias que se
agrupam? O ócio virou vicio. Escravizado espírito que grita inaudível som. Danosa
maquinaria. Arde a face queimada na cortante ventania. Espasmos melancólicos e
delirantes transitam em preto e branco. Fúria e inoperância guerreiam. Estado deplorável
do viver. Pensa os teus medos. Encerra os teus dias. Conta os teus sussurros. Desvia
as tuas sangrentas ideias. Mármore inóspito. Na quadratura disfarçada com
linhas torpes, jazem o carcereiro e o anfitrião. Nem Sol, nem Lua, nem Luz. Passadiço
fétido cujo produto é a esquizofrenia. Ilha arquitetada na tortura. Tolices que
se despem diante de olhos mecânicos. Gravidade do volátil tempo e da efêmera vida.
Sobra das sobras. Resto insuportável. Já foi o brilho. Já passou a euforia. Espera
doentia. Invisíveis não se disfarçam. Esconderijos não-eternos. Covil. Ante-sala
orgástica. Lamentos no vácuo. Lágrima petrificada. Voz anulada em si mesma. Engrandece
tuas transmutações. Vê de longe. Escada inferior. Montanha enfurecida. Nobre poder.
Saúda tuas singulares fortificações. Espírito livre. Fogo ardente. Átomo insuperável.
Risca as paredes. Pinta os pilares. Rasga a tinta pueril. Escreve na grade. Rompe
de dentro os teus ideais. Presídio externo. Fortifica tuas vísceras. Enaltece as
tuas aptidões. Experimenta o remoio. Risca o chão. Desestabiliza as ordens. Corporifica.
Desautoriza.
DbNog.
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