Está bem perto. Não é imperceptível,
mas precisa ampliar o olhar para ver. Foi o que disse o Ente. O Elfo retrucou:
Como se pode ver o que já se tornou habitual? Nem ampliando os sentidos
conseguirão tal proeza. Insistiu o Ente:
A vida não se mostra apenas no aparentemente visível. É preciso olhar os
detalhes, as minúcias, as coisas simples. Ela se tece na constância das
pequenas coisas, nos pequenos gestos. Ela se recria no infinitesimal, na
singularidade das ações. É parte e totalidade. Partícula e força. Saindo quase
que em silêncio, o Elfo sussurrou: Nessa
profundidade complexa da existência, o invisível precisa tornar-se visível. O habitual
pode ser reflexo da ausência de resiliência e o aparentemente visto, pode ser
resultado da escuridão na qual estão mergulhados muitos dos humanos já
distanciados de si mesmos. Acrescentou o Ente:
é preciso grau acentuado de ousada coragem para tamanho desafio. Este olhar
para dentro, tecendo-se com o olhar para fora, pode, em tempo, ajudar o homem a
enxergar em que parte do novelo se encontra a parte do fio que ele é componente.
E, ao olhar para essa tão frágil e tão forte parte, perguntar-se sobre como continuará
sendo fio, novelo e tecido nessa casa-comum.
DbNog.
Olá Valdir! O diálogo entre o Ente e o Elfo é interessante e significativo, expressando um exercício de introspecção projetiva, enquanto a pessoa atua sua con-sciência de mundo e no mundo, consigo e com os outros, nessa casa-comum que é a nossa pequena, singular e maravilhosa Terra, a qual de nós depende, para mantê-la sustentável pró-vida.
ResponderExcluirObs.: lindo o layout e igualmente a composição fotográfica, contextualizando o sentido do texto.