quarta-feira, 11 de julho de 2012

Amplo Olhar: além do campo 66


Está bem perto. Não é imperceptível, mas precisa ampliar o olhar para ver. Foi o que disse o Ente. O Elfo retrucou: Como se pode ver o que já se tornou habitual? Nem ampliando os sentidos conseguirão tal proeza. Insistiu o Ente: A vida não se mostra apenas no aparentemente visível. É preciso olhar os detalhes, as minúcias, as coisas simples. Ela se tece na constância das pequenas coisas, nos pequenos gestos. Ela se recria no infinitesimal, na singularidade das ações. É parte e totalidade. Partícula e força. Saindo quase que em silêncio, o Elfo sussurrou: Nessa profundidade complexa da existência, o invisível precisa tornar-se visível. O habitual pode ser reflexo da ausência de resiliência e o aparentemente visto, pode ser resultado da escuridão na qual estão mergulhados muitos dos humanos já distanciados de si mesmos. Acrescentou o Ente: é preciso grau acentuado de ousada coragem para tamanho desafio. Este olhar para dentro, tecendo-se com o olhar para fora, pode, em tempo, ajudar o homem a enxergar em que parte do novelo se encontra a parte do fio que ele é componente. E, ao olhar para essa tão frágil e tão forte parte, perguntar-se sobre como continuará sendo fio, novelo e tecido nessa casa-comum. 

DbNog

Um comentário:

  1. Olá Valdir! O diálogo entre o Ente e o Elfo é interessante e significativo, expressando um exercício de introspecção projetiva, enquanto a pessoa atua sua con-sciência de mundo e no mundo, consigo e com os outros, nessa casa-comum que é a nossa pequena, singular e maravilhosa Terra, a qual de nós depende, para mantê-la sustentável pró-vida.
    Obs.: lindo o layout e igualmente a composição fotográfica, contextualizando o sentido do texto.

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