Às vezes escuro. Temperaturas se alternam.
Movimento interno violento. Força que cala e desinstala. Fusão necessária.
Ebulição emergente. Do calabouço aos porões e destes aos sulcos dos vales.
Andante incessante. Navegador desorientado. Descalço, desalentado, frívolo e
efervescente. Indefinida forma. Composição extraída das entranhas. Casulo
atemporal. O que responde à dúvida e à incerteza? A própria dúvida incerta. O que
reponde à resposta? A pergunta que ela enseja. Variação multiforme. Medo
fluido. Nascedouro. Rompe as mais difíceis intempéries. Atravessa os acasos. Escutador
dos ventos e dos silêncios. Acessa as tramas. Trama os acessos. Transforma a Opacidade.
Segue a espiralada trajetória. Inusitada alquimia. Feitiçaria inconsciente. Movediça
sombra. Modelagem singular. Marca que se projeta. Crivo inegável. Observados os
observantes. Alto e íngreme. Trânsito afetado. Conteúdo descabido. Variação
interconexa. Frágil corpo. Vida incerta. Instantes metamorfoseados. Entranhas se dissipam em complexas
redes. Alternâncias coagulantes. Sem distorção, nem alucinógenos. Dor e vazio. Camadas
se rompem. Fissuras expandem-se. Traços multicoloridos. Linhas
interdependentes. Espasmos caóticos e delirantes. Dreno incessante. Chegar do outro lado. Sentir a outra forma.
Mais uma espera. Outra transformação. Cálida luz. Circundante balanço. Foi
assim o processo que constituiu a forma.
E a forma, por sua vez, deu vida ao
processo. Forma e processo agora são o que o casulo permitiu ser. Guardião
espaço-temporal da transmutação. Oikos
passageiro. Ventre da certeza-incerta. Guardador de frágil embrião. De fora sem
olhar para dentro. De dentro desejando olhar para fora. Dentro e fora do que
está dentro e do que está fora – novelo, ninho e nó. Superação demasiada. Força
absurda. Vôo necessário. Interpenetram-se as variadas dimensões. Olhares,
sentidos e espelhos se amplificam. Viver o que é possível no inacabado corpo e
na im-perfeita forma é o que define a
transição entre forma anterior – de fora e de dentro, que agora é dentro e fora
da forma que não conforma. Carregada força vital que fez do in-definido escuro de outrora o claro e
colorido sobrevôo definido de agora. A vida é recolocada na paleta e o artista
redefinirá a forma na tela ainda não esboçada. Rabiscos são alinhavados pelos
noviços ziguezagues sobre jardins. O novo sopro segue sua travessia explorando
pigmentos, odores e sabores. Os instantes se redefinem. O viver se refaz. Como
num longo e talvez, curto caminho, a vida se estampa. Projeta-se no in-defindo projeto de estar no
tempo-espaço que lhe escapa e lhe define projeto em ser.
DbNog.
parabéns muito lindo e interessante...
ResponderExcluirObrigado! É uma expressão da vida sentida e experienciada em cada momento-tempo do existir. Abraços
ResponderExcluirLindo, profundo e complexo...
ResponderExcluirNesse lindo, profundo e complexo pensar, está a expressão da magia força-da-Vida. As fotos mostram harmonicamente com o texto escrito, a travessia-vida fazendo-se acontecer...
ResponderExcluir